Do jeito que dá!

Confesso que eu vinha há algumas semanas num misto de tristeza e revolta dentro do coração. É que na verdade, trabalhar com arte requer tempo, espaço e também dinheiro.

Quando você entra no automático a vida fica sem graça. E quando fica sem graça não há motivos para escrever, compor ou até mesmo observar a beleza ao redor. Estar antenado a isso (a beleza ao redor) é um exercício de plenitude diante da rotina diária que temos nesse dia a dia. E como estar pleno se nossas atenções estão sempre voltadas ao relógio?

Hora de fazer isso, hora de fazer aquilo, preciso fazer isso e aquilo, mas não tenho hora? É tanta hora pra tanta coisa e tanta coisa pra pouca hora. Que doideira!

Mas a vida tem surpresas agradáveis. Quando a gente acha que não estamos dando conta, ou não estamos fazendo o nosso melhor, depoimentos como esse abaixo são como um tapa na cara pra gente aprender que tem que fazer do jeito que dá e não deixar nunca de fazer, mesmo que não seja planejado como a gente queria que fosse.

“Obrigada por estar sempre lá! Eu imagino que não seja fácil manter o sorriso sempre mas vc está sempre disposto e disponível pra dar o seu melhor, é sobre isso, vc entendeu tudo e tenho muita sorte pelo universo ter me trazido pessoas tão especiais na minha vida e proporcionar momentos tão preciosos.”

Então, o aprendizado é: mesmo se sentindo culpado, ou mesmo que alguns torçam o nariz, faça! Mesmo que o seu “fazer” não seja como gostaria que fosse, faça! O resultado vem no tempo que o Universo permitir.

Faça a sua arte, ou a sua parte, e não desista. Do mesmo jeito que alguns torcem o nariz, se for algo bom, outros se beneficiarão com aquilo que você tem pra dar. Se for inteiro, ou pela metade, não importa, o que importa é que seja sincero!

Nem todo mundo vai entender a sua arte. E não tem problema! Ela vai se eternizar de alguma forma, seja num registro fotográfico, seja num fonograma gravado, um quadro pintado, ou até mesmo no mais importante, num simples sorriso.

“Namasterize!”

Gil Sant’Anna